Durante meio século, entre as décadas de 50 e 90, Renato Magalhães Gouvêa testemunhou, revolucionou e fez a história da arte no Brasil. Apoiou artistas, realizou exposições, organizou leilões e até produziu um importante filme do cinema brasileiro. Na sua trajetória, foi parceiro ou amigo íntimo de figuras como Pietro Maria Bardi, Lina Bo Bardi, Gilberto Freyre, Flávio de Carvalho, Sérgio Milliet, Sérgio Rodrigues, Di Cavalcanti, Hermílio Borba Filho, Luiz Sérgio Person e muitos outros.
Como galerista, foi um ator essencial, ora revelando, ora resgatando artistas como José Claudio, Mario Gruber, Claudio Tozzi, Yutaka Toyota, Noêmia Mourão e outros gênios, a maior parte deles exclusivos de seu famoso Escritório de Arte. Estabeleceu preço, qualidade e glamour até então nunca alcançados no mercado de arte nacional, tanto no padrão dos eventos como nos valores das peças. Ao fazer isso, por décadas liderou o setor, tendo como clientes os maiores colecionadores da época, de Olavo Setúbal a Joseph Safra, de Valentim Diniz a Ricardo Brennand.
Sua vida, histórias e feitos fazem de Renato o equivalente brasileiro de grandes homens do mercado de arte internacional, como o marchand Joseph Duveen ou o leiloeiro Peter Wilson. Ou ainda nomes que Renato chegou a conhecer e trabalhar junto, como Daniel Wildenstein e Leo Castelli.
Suas histórias encantam, muitas vezes divertem, mas acima de tudo são fundamentais para entender como se desenvolveu o mercado de arte brasileiro no século 20.